domingo, 31 de maio de 2009

Não cobre o que você não pode oferecer, não ofereça aquilo que não tem o direito de cobrar

Tudo é a forma de agir e tudo é a forma de reagir. Observar o comportamento humano nos permite tirar uma série de conclusões e nos permite, inclusive, compreender o que pode dar certo e o que pode dar errado. Por que estou falando disso agora? Porque cheguei à conclusão que uma boa parte das discussões poderiam ser evitadas se as atitudes fossem bem pensadas.

É meninas e meninos, a terceira lei de Newton não se aplica apenas à física. Com a devida adaptação, você vai perceber que ela tem tudo a ver com a nossa atuação diária com o outro, seja na vida pessoal, profissional… Já dizia ele que quando um corpo X exerce uma força sobre um corpo Y, simultaneamente o corpo Y exerce uma força sobre o corpo X de intensidade e direção igual, mas em sentido oposto. Você não vai receber carinho se retrucou com agressividade e violência. Você não pode exigir atenção de alguém com quem você não se importa. Como prenunciou Newton, a força da reação tem sentido oposto, ou seja, vai diretamente contra você, que agiu primeiro. Portanto, se você aguarda sinceridade de alguém, haja com sinceridade primeiro. Se está em busca de carinho e atenção, é o que deve dispensar.

Claro que há momentos em que a lei não terá efeito imediato. Haverá épocas em que o efeito só será sentido horas, dias, semanas depois. A vida é assim. O imediatismo não dita suas regras e, em muitos casos, precisamos investir a longo prazo. Precisamos acreditar nos frutos futuros que nossas atitudes podem render. Se cada um fizer sua parte, talvez estejamos no caminho certo para construir um mundo melhor. E se você acreditou nestas palavras, colocou em prática, mas acha que não funcionou, não desanime. Toda mudança requer um certo tempo. E o tempo é o senhor de tudo. Ele sempre nos traz respostas.

sábado, 23 de maio de 2009

Ensaio Sobre O Ciúme

O que se esconde por trás do ciúme? Alguns acreditam que é afeto, outros que é a prova incondicional de um grande amor e, os mais sensatos, que é posse. Me incluo na categoria dos que enxergam o ciúme como uma forma distorcida e negativa de amor. Seria na verdade a negação do amor, porque negar a liberdade de escolha, de movimentos, de ir e vir de alguém, com certeza é a antítese do amor. As pessoas não são propriedades, objetos que se dispõe na prateleira mais alta do armário, inacessíveis aos olhos e a cobiça alheia. Pessoas se relacionam. Guardar o amado ou amada a sete-chaves, pensando que assim ele ou ela vai ficar livre da tentação de se apaixonador por outro é ingenuidade. O que constrói relações é a sinceridade e não a possessividade. Ninguém está isento de ser atraído por outra pessoa, mas o que vai determinar o desfecho da história não é colocar um GPS no coração do amado (a) e sim a base em que a relação foi construída. Se existe amor, se existe respeito, se existe cumplicidade, certamente a pessoa vai pensar duas vezes, pesar prós e contras, antes de abrir mão de um relacionamento tão bom, pela incerteza de um novo. E se ela se jogar de cabeça na novidade, então é porque a história de amor cor-de-rosa e eterna só existia na imaginação de um dos pares e alguma coisa estava errada com o casal. Tentar controlar a quem se ama é o primeiro passo para perder a pessoa, afastá-la. Todo ciumento é um egoista, um adulto que não superou a egocentria da infância. Concordo com o autor francês François de la Rochefoucauld. Ele dizia que no ciúme há mais amor próprio que amor ao outro. E é verdade. Quem já teve o azar de se envolver com um ciumento sabe que ele ou ela cultivam mais o orgulho de sentir ciúmes do que a preocupação com o bem-estar do parceiro (a). Ciúme incomoda, aprisiona, sufoca. No início da relação, aquele namorado (a) que liga insistentemente de dez em dez minutos parece bonitinho, romântico, no final de alguns meses, quando a cegueira da paixão dissipa e a gente olha para dentro da relação e vê se ela tem consistência, aquele excesso de atenção, beirando a paranóia, já não tem graça. Aristóteles já descrevia o ciúme, no secúlo IV a.C, como um sentimento profundo de inveja, de querer o que é do outro. Faz sentido se imaginarmos que o ciumento quer a liberdade do outro em troca de uma promessa de amor incondicional. Ele quer submissão. Mas, começar uma história de amor submetendo-se, contrariando a própria vontade para apenas agradar o outro é um caminho certeiro para o fracasso. De filósofos a romancistas, de psicanalistas como Freud, que escreveu um tratado sobre a patologia do ciúme, a cineastas como Ettore Scola, o ciúme é tema que, apesar da carga negativa que traz, não sai da moda. Muitos desatinos já se cometeu em nome de ciúme, embora os desatinados digam que é em nome do amor. Ainda citando de la Rochefoucauld: “O ciúme nasce sempre com o amor, mas nem sempre morre com ele”.

Agradecimento

Gostaria de agradecer o Rapha que fez o banner novo pro blog, e se precisarem de serviços gráficos:
http://raphaelgimenes.carbonmade.com

Beijos

terça-feira, 19 de maio de 2009

Sentimos a dor mas não a sua ausência (Schopenhauer)

Sempre vivi com voracidade, tanto o riso quanto a dor, tanto os momentos de alegria quanto os de tristeza. E quando falo dor, não imaginem que tive fatos graves na minha vida, porque sinceramente não os tive. Não tive pai alcoolatra, não sofri nenhuma forma de abuso sexual, não tenho traumas de infância, nunca passei por dificuldades financeiras, nunca perdi alguém muito próximo, enfim, até aqui tive uma trajetória bastante tranquila. Porém, isso não quer dizer que não tive as minhas dores. Elas podem ser irrelevantes se comparadas a pessoas que passaram por algumas dessas coisas que citei ou por outras até piores, mas dentro de mim elas não foram nada irrelevantes, muito pelo contrário, me fizeram crescer e amadurecer, sou o que sou hoje devido as minhas dores. Eu não menosprezo a dor de ninguém e não gosto que menosprezem as minhas. Dores nunca serão desprezíveis para quem as sente. Ás vezes o que é fundo para a gente, pode ser raso para o outro, mas a verdadeira profundidade só sabe quem carrega. O mesmo acredito que aconteça com a felicidade. Já dizia sabiamente Caetano: "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é".

domingo, 10 de maio de 2009

Se eu fosse homem...


Eu teria uma barba. Isso mesmo! Sairia pela cidade esbanjando confiança e superioridade. Chegaria no bar e todos olhariam para mim, se perguntando quem é aquele cara amistoso.Faria diversos desenhos em meu rosto, em um dia Angelina Jolie esculpida em meu cavanhaque, no outro uma mensagem de paz para o Oriente médio. Ilustraria corações e roubaria outros, de milhares de garotas apaixonadas por mim.Já me vejo em capas de revistas e em festas de alta sociedade em Paris, New york, Milão. Flashs e paparazzis por toda parte me perguntando qual será a próxima tendencia. Porém a fama é demais para mim, e acabarei surtando e indo morar em uma pacata vila em algum lugar deste planeta. Ah, se eu fosse homem!